12 de janeiro de 2009

Melhore seu português sem fazer curso.

Melhore seu Português sem fazer curso - Técnicas de memorização e os estágios da aprendizagem

Sim, é possível melhorar seu Português sem fazer curso. Claro que, sem esforço e dedicação, não. Impossível! É preciso ter força de vontade.
E eu vou lhe mostrar como fazer isso através do meu próprio exemplo.
Até há uns quatro anos, eu não sabia acentuar, virgular, não sabia nada de morfossintaxe, nem de colocação pronominal, nem de regência verbal, nem... Eu escrevia, mas não entendia o Português. Ia mais pelo “chutômetro”. Como melhorei meu Português? Agora vamos ao que interessa.

Primeiro, atribuo a minha melhoria à necessidade, algo que sempre fez a humanidade evoluir. Na profissão que eu abracei, saber escrever é imprescindível. Os documentos por nós produzidos vão parar nas mãos de pessoas importantes (se é que alguém é mais importante do que alguém) e são cruciais no momento da decisão final. Além do que, um documento mal redigido, cheio de imperfeições, com erros gritantes de Português, demonstra desleixo e falta de profissionalismo. Não era essa imagem que eu queria passar. Eu aprendi a escrever escrevendo, e escrevendo muito, porque, via de regra, produzimos diariamente muitos documentos.

Se você não escreve todos os dias, a solução é passar a escrever. Escreva! Escreva contos, crônicas, redações, etc. E me atrevo a fazer uma afirmação: Ler é ler, escrever é escrever! Ler e escrever não são a mesma coisa. É somente quando você escreve que surgem dúvidas do tipo: É certo escrever “o mesmo” no lugar de “ele”? Eu devo colocar vírgula aqui? Essa palavra tem acento?... E as dúvidas são o primeiro passo no processo de aprendizagem, porque é a partir delas que você percebe a necessidade em melhorar seu Português. Afinal, qual imagem você quer passar?

Meu primeiro passo foi, dentro das possibilidades, sanar as dúvidas no momento em que elas surgiam. Carregava e carrego sempre comigo um dicionário, porque é impossível memorizar a grafia correta de todas as palavras, assim como é impossível memorizar a regência verbal de todos os verbos e muitas outras sutilezas do Português. Impossível. Contudo, o uso constante dos mesmos verbetes e a prática faz você os memorizar. Não sendo possível sanar as dúvidas no momento, eu as anotava num papel e, quando chegava a casa, pesquisava nas minhas gramáticas ou na internet. E gostava e gosto de pesquisar em várias fontes, até para ver se existe alguma contradição entre os gramáticos. A pesquisa em várias fontes também é a solução para aquelas dúvidas persistentes, cujas respostas você pensa que só obterá num curso de Português ou de Redação. Tenho certeza de que, analisando a explicação de vários sites/gramáticas, tendo atenção em seus pontos comuns e nas contradições que possam existir entre eles, você compreenderá e poderá se tornar um “expert” no assunto.

Falando em contradição, se você está se preparando para concursos ou vestibulares, estude pela gramática indicada no edital, uma vez que podem existir divergências entre ela e outras. Falo isso com propriedade, porque já perdi pontos preciosos numa redação de concurso por esse motivo.

Talvez, a chave para você melhorar seu Português seja a memorização. Afirmo isso porque a gramática muitas vezes não tem uma lógica, ou está repleta de exceções. Para vencer esse obstáculo, o segredo é memorizar. Mas não confunda memorizar com decorar.
Vou citar um exemplo. Não existe outra forma, pelo menos eu desconheço, de aprender a acentuar ou virgular corretamente sem memorizar as regrinhas. Impossível. Então, talvez você me pergunte: Como memorizar? Minha técnica consiste em primeiro ler todas as regras e refletir sobre elas. No dia seguinte, leio as regras novamente. No outro dia, leio novamente. No outro dia... E assim sucessivamente, até que aquelas informações fiquem retidas em minha memória. A repetição é algo vital ao processo de memorização. Algo que desejamos reter na memória deve ser revisto várias vezes. E, atenção, as informações devem ser guardadas na sua memória de longo prazo. Para isso, é importante conhecer as três FASES DA MEMÓRIA:

1 - Atenção e recepção da informação - Para melhorar essa primeira fase, você deve praticar a “atenção concentrada”, ou seja, prestar atenção e manter seu cérebro em estado de alerta. Concentração!

2 - Armazenamento da informação - O truque, para aprimorar essa fase, é associar a nova informação com algo que já sabemos ou recordamos bem. Outra dica é a repetição. Algo que desejamos reter na memória deve ser revisto várias vezes: uma hora mais tarde, horas depois, no dia seguinte...

3 - Recuperação e resgate - É preciso saber acessar a informação armazenada na memória e, para isso, as dicas são: buscar por detalhes diferenciais, retornar mentalmente às condições de aprendizagem e/ou refazer cada passo.
Outro processo que você precisa saber e que pode lhe ajudar muito é o processo de aprendizagem.
Segundo alguns livros que eu já li, inclusive do ilustre Dr. Lair Ribeiro e de James C. Hunter (O Monge e o Executivo), o aprendizado se divide em quatro estágios:

1 - Inconsciente e sem habilidade - É quando você está inconsciente ou desinteressado em aprender. Você não sabe nada, ou quase nada, e nem se importa com isso. Exemplo: Você não sabe andar de bicicleta e nem se interessa em aprender.

2 - Consciente e sem habilidade - Você sabe que não sabe, mas ainda não sabe o tanto que não sabe. Mas, se você continuar a lidar com isso, irá para o terceiro estágio. Exemplo: Você tentou andar de bicicleta e caiu; pensou: Opa, eu tenho que aprender a andar nesse “negócio”. Começam as primeiras tentativas, os primeiros tombos, mas você não desiste.

3 - Consciente e habilidoso - Você sabe que não sabe tudo, mas já sabe o que sabe. Você já sabe como fazer, mas ainda não está automático. Exemplo: Você aprendeu a andar de bicicleta, mas ainda não tem pleno domínio sobre ela. Em terrenos irregulares ou em situações mais complexas, você ainda cai ou fica receoso.

4 - Inconsciente e habilidoso - Você não sabe o tanto que sabe. Você nem pensa mais em como fazer. Tudo é muito natural. É o estágio a ser alcançado. Exemplo: Você anda de bicicleta e nem sabe mais como faz aquilo. Outro exemplo são os pianista e datilógrafos altamente eficientes, que não pensam em seus dedos batendo no teclado. Tornou-se natural para eles.
Trazendo isso para o tema da postagem, há quatro anos eu não sabia o tanto que não sabia e não me preocupava nem me interessava em saber. Hoje, creio estar na fase 3 em alguns assuntos do Português. Em outros, creio estar na fase 4, porque já não tenho mais dúvidas sobre eles.
Resumindo toda a postagem, o primeiro passo é o esforço e a força de vontade em melhorar seu Português. O segundo, escrever para aprender a escrever, e até para que surjam as dúvidas (das dúvidas nasce a necessidade). O terceiro passo é a memorização das regras. O quarto, escrever, estudar, escrever, estudar, escrever... Até que você não saiba o tanto que sabe e que escrever corretamente se torne automático, como andar de bicicleta.
Pensa que acabou? Não! Talvez, depois de melhorar seu Português, você se enverede pelo caminho da literatura, mas aí são outras histórias...
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Gramática On-line
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Por trás das letras
Dúvidas e erros de linguagem de redação

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